A SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) é a taxa de juros básica da economia brasileira. Ela é definida pelo Comitê de Política Monetária (COPOM), órgão executivo do Banco Central do Brasil, e serve como referência para as demais taxas de juros praticadas no país.

A função principal da taxa SELIC é regular a oferta e a demanda de crédito na economia, influenciando o consumo, o investimento e o custo de financiamento das empresas e dos governos. Quando a taxa está alta, ou seja, quando os juros são altos, o custo de captação de recursos aumenta, o que impacta negativamente os consumidores e as empresas. Nesse cenário, a tendência é que haja menos consumo, menos investimento e, consequentemente, uma desaceleração na economia.

Por outro lado, quando a taxa SELIC está baixa, os juros também estão baixos, o que estimula o consumo e o investimento. O custo de financiamento fica mais acessível, as empresas produzem mais e as famílias consomem mais, o que impulsiona a economia. Entretanto, se a taxa de juros estiver muito baixa, pode haver um aumento na demanda e, consequentemente, uma pressão inflacionária.

A taxa SELIC é definida oito vezes por ano pelo COPOM, com base nas projeções de inflação, do desempenho da economia e do cenário internacional. Durante a reunião, os membros do comitê avaliam a necessidade de aumentar ou reduzir a taxa de juros, com o objetivo de manter a inflação dentro da meta estabelecida pelo governo.

Nos últimos anos, a taxa SELIC tem apresentado uma tendência de queda, iniciada em 2017, quando atingiu seu patamar mais alto na última década, de 14,25%. Desde então, a taxa foi reduzida progressivamente e, em agosto de 2021, alcançou o seu menor valor histórico, de 5,25%.

Essa redução na taxa SELIC contribuiu para a retomada da economia brasileira após a recessão de 2015 e 2016. Com a queda dos juros, o crédito ficou mais acessível, o que estimulou o consumo e a produção. Além disso, a taxa de câmbio também foi afetada pela redução dos juros, fazendo com que o real se valorizasse em relação ao dólar.

Entretanto, o momento atual apresenta um cenário de incertezas em relação à economia brasileira. A pandemia da Covid-19 continua afetando o país e o mundo, e a inflação tem apresentado um aumento significativo nos últimos meses, o que pode pressionar o Banco Central a aumentar a taxa SELIC para controlar a inflação.

Em resumo, a taxa SELIC é um importante indicador econômico do Brasil, que influencia diretamente o consumo, o investimento e a inflação. A sua definição é baseada em diversos fatores macroeconômicos, e seus movimentos podem afetar significativamente a economia brasileira. Acompanhar de perto as mudanças na taxa SELIC pode ser fundamental para entender as perspectivas para a economia do país.